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Na língua inglesa, a acção de cobrir qualquer coisa ou objecto com uma determinada camada de qualquer coisa é definida como “to overlay”. A mesma expressão, usada não como verbo mas na sua condição de substantivo (overlay) define essa mesma camada de qualquer coisa que cobre outra coisa. E, no universo da computação, o mesmo conceito sumariza o processo através do qual se transfere um bloco de código ou de informação para a memória interna, substituindo o conteúdo originalmente gravado.
Diana Policarpo apresenta-nos a sua primeira exposição individual na Galeria Lehmann+Silva, no Porto, sob o título “Overlay” e, como é habitual no seu trabalho, propõe-nos um interessante e desafiante mergulho num território novo, que se organiza tanto espacial quanto temporalmente, justamente em “overlay”, por camadas. Ao entrarmos na Galeria somos convidados a entrar num determinado universo: um mundo onde matéria visual e matéria sonora se cruzam, onde um conjunto de sistemas de linguagem se combina, onde diferentes dimensões geográficas e cronológicas se interligam e onde, diríamos, as condições perceptivas definidas pela artista condicionam mas estimulam, simultaneamente, todo e qualquer processo de produção de sentido.
Inaugurando a presença da linguagem escrita na produção da sua obra, propõe-nos a leitura de um pequeno conto Sci-Fi (criado em colaboração com Lorena Muñoz-Alonso), com o título “The Living Currency” (citando o ensaio de Pierre Klossowski de 1970), e que introduz, neste novo contexto, uma série de questões já caras à investigação de Diana Policarpo (...).
ANA ANACLETO
Excerto do texto da exposição
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